Dói-me a alma velha num corpo novo.
Arde-me os olhos ao tentar ver a
beleza de um Mundo às escuras.
Acendo a luz pulsante mas esta
recusa-se a sentir.
Sinto tudo daquilo que ao sentir,
nada sinto.
Escrevo na repulsa de uma emoção que
não consigo conter.
No desassossego de um pensamento
confuso e de uma alma contrafeita.
Procuro-te entre linhas que trazem à
tona memórias partilhadas contigo
E só nos breves momentos de escrita
te encontro, me satisfaço!
Revolto-me como um mar bravo
Como uma onda que explode rápido na
rocha
Como o amor fugaz da perdição
Como o romance proibido de uma
história
Ofusca-me a verdade lacrimejante da
saudade
Da razão emocionada que
insistentemente me questiona
Da incerteza da hora, da distância e
dos rasgos de memória.
Encontra-me então de coração vendado
que eu procuro-te na eternidade.
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