segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Colibri













Sinto-me como um pássaro livre que voa sem Destino
Docemente embalada no teu voo sedutor,
Aprisionada nas correntes suplicantes do teu olhar.

Aprisiona-me na liberdade de não te ter
Como na contemplação de uma noite sorumbática
Como na decadência de um momento efémero dentro da caixa das recordações fragmentadas!



Parte o voo de um pássaro de olhar fixo na terra a ser sobrevoada, desprovida de emoção
Desprendida do que amarra!
Levo no meu voo a roda da sorte e o relógio parado
Para que possas no teu entender,

Enjaular o descompassado batimento de um pássaro livre!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Coração Vendado



Dói-me a alma velha num corpo novo.
Arde-me os olhos ao tentar ver a beleza de um Mundo às escuras.
Acendo a luz pulsante mas esta recusa-se a sentir.

Sinto tudo daquilo que ao sentir, nada sinto.
Escrevo na repulsa de uma emoção que não consigo conter.
No desassossego de um pensamento confuso e de uma alma contrafeita.
Procuro-te entre linhas que trazem à tona memórias partilhadas contigo
E só nos breves momentos de escrita te encontro, me satisfaço!

Revolto-me como um mar bravo
Como uma onda que explode rápido na rocha
Como o amor fugaz da perdição
Como o romance proibido de uma história

Ofusca-me a verdade lacrimejante da saudade
Da razão emocionada que insistentemente me questiona
Da incerteza da hora, da distância e dos rasgos de memória.
Encontra-me então de coração vendado que eu procuro-te na eternidade.