quinta-feira, 2 de março de 2017

Onda que colide

Dou me palmadinhas nas costas e desvio o meu olhar derrotado do espelho.
Sorrio.
Será muito mais que isso.
Será muito mais que o pesar dos vossos sofrimentos que carrego aos ombros.
Fardo que seguro de bom grado.
Agradeço de lágrimas presas na garganta o sufoco representante da minha boa vontade e da vossa escolha em mim.
Cara trancada, lágrima por brotar, quem sou eu neste mundo que não contemplo.
Sufoco me neste mar que me rodeia
Neste templo de agitações marítimas e ventos cortantes.
Quero ver as ondas revoltas, sentir me em cada encontro à costa. Sentir aquilo que não expresso e que quiçá a natureza agoniante representa melhor que eu.
Filhos dos desígnios endemoniados, dos tropeços artimanhos, das palavras venenosamente verbalizadas, olhar matreiro e cínico,aguardando o desabar da arriba.
Mortes humanas ainda vivas, provenientes da opção maquiavélica e triunfante!!!
Pertenço-me sem me pertencer.
E cada fragmento meu é vosso amigos...
Abraço de bom grado este pesar que voces sentem porque o meu mar é revolto e observo de lágrima invisível a inigualável beleza da onda que colide.

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