quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Muralha

É incalculável os abismos em que te perdes,

E insondável as paredes da muralha que te limita,

Julgamos pontes os sonhos que enraizamos,

Criamos Deuses heroicos nas vivências mundanas de olhos baços e determinados,

Fugimos dos portões que nos dão a liberdade,

Impomos muralhas com medo de nos sentirmos encurralados.

Trancamos portões sem chave,

Abraçamos vazios em concordância,

Escutamos vozes revoltas em silêncio,

Procuramos refúgios que transpõem o imaginário,

Quando nos damos por inteiros, acabados, estagnados.

Muralha.

Sobrevoo-a contemplando o horizonte.

Explorando os limites cósmicos da inteligência humana,


Transpondo sentimentos incompreendidos,

Negando-os na liberdade limitada,

Vidas complexas indiretamente conectadas,

Sofridas na dor inexplicável,

Sonho inoportuno da muralha que cai,

Apagão mental reduzido a cinzas,

Renasce o novo dia,

A nova alma,

Muralha interior que não contemplo.

Asfixia do sentir.

Respiro.

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